JUNHO VIOLETA – CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE A VIOLÊNCIA CONTRA A PESSOA IDOSA

A Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu, desde 2006, o dia 15 de Junho com dia mundial de conscientização sobre a violência contra a pessoa idosa, e assim, o mês de Junho tornou-se o mês da conscientização sobre o combate à violência contra a pessoa idosa, recebendo a denominação de Junho Violeta.
 
Sabemos que existem diversos meios para realização de denuncias sobre essa violência, mas que ainda sofrem para tornarem-se canais conhecidos pela população em geral. Um dos meios instituídos é o disque 100, disque direitos humanos, que recebe denúncias de qualquer tipo de violência não só com idosos, mas também de crianças, adolescentes, pessoas com deficiência, em situação de rua, entre outros.
 
No ano de 2020, devido ao quadro de isolamento social determinado pela pandemia, houve um aumento de 59% das denúncias em relação ao ano anterior, e apenas no primeiro trimestre de 2021 já houve mais de 33,6 mil violações dos direitos dos idosos.
Ainda segundo dados desse canal, a violência física não é a principal causa violência como poderíamos pensar. O topo do ranking é ocupado pela negligência, que pode ser desde a falta de acesso aos meios de saúde até negligencias de cuidado com idosos acamados. A maioria dessas situações acontece dentro do próprio domicílio e está aí mais uma das dificuldades na notificação desses casos.
 
Devido ao quadro de pandemia e isolamento social alguns instrumentos importantes na detecção desses casos ficam comprometidos como os relacionamentos sociais diários, instituições sociais como órgãos religiosos e até consultas médicas de rotina e visitas de agentes de saúde.
 
Importante salientar que o quadro de negligência não ocorre apenas como uma ação ativa de familiares ou cuidadores, os quadros de cuidador único, com sobrecarga de cuidado e o tão temido estresse do cuidador podem desencadear quadros de negligência grave contra o idoso até mesmo sem a intenção de causar prejuízo a ele. Nesses casos torna-se necessário organizar uma rede de cuidados efetiva, ou optar pela institucionalização como forma de promover melhor qualidade de vida e cuidado a este idoso.
 
Outros tipos de violências como a psicológica e a financeira são ainda mais difíceis de detectar, e tendem também a aumentar nesse momento, associados aos casos aumento de transtornos de humor em cuidadores e familiares, como depressão e ansiedade, além de dificuldades financeiras de boa parte da população.
 
Nesse mês de conscientização sobre a violência ao idoso devemos estar ainda mais atentos a todos os tipos de violência, tanto dentro como fora de nossas casas e de nossas famílias, e sob a menor suspeita realizar uma denúncia para garantir um mínimo de dignidade à essa parcela da população.
 
“É dever de todos zelar pela dignidade do idoso, colocando-o a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor” Estatuto do idoso.