Às consultas médicas para idosos em domicílio podem ser solicitadas por várias vias como acesso ao site, atendimento por telefone ou até mesmo por whatsapp. Após o contato, com especificação da motivação da consulta, ocorre agendamento da consulta conforme a demanda, com um período de um a sete dias para intercorrências e de um a seis meses para consultas de seguimento. No dia da consulta o profissional levará até o domicilio os equipamentos que julgar necessários para manter a mesma qualidade e atendar às mesmas demandas que poderiam ser atendidas no consultório. Além disso, a presença de um acompanhante e/ou cuidador pode trazer benefícios durante o atendimento tanto para trazer informações relevantes como para reforçar as orientações propostas no plano terapêutico.Você sabe quando procurar um geriatra, principalmente nesses tempos de pandemia? Nesse blogpost exclusivo explicamos para você a hora certa de procurar esse profissional e como você deve fazer.
É sabido que temos passado por grandes mudanças nos últimos meses a nível mundial e dessa forma necessitamos buscar informações nos mais diversos canais de comunicação para entender e nos adequar às novas práticas e dinâmicas sociais.
A partir de 30 de Janeiro de 2020 quando a Organização Mundial de Saúde declarou Emergência em Saúde Pública de Importância Internacional e, principalmente, após 11 de março, com a Declaração de pandemia pela COVID-19, muitos países têm reforçado a importância do isolamento social, uso de máscaras e medidas de higiene como método de combate à disseminação da doença. Apesar de muitos estudos e medicações testadas esses continuam sendo os principais métodos realmente eficazes para prevenção da infecção.
Com a adoção dessas medidas muitas das nossas práticas diárias foram afetadas, não foi diferente com as consultas médicas. Dessa forma, é preciso entender e se preparar para que possamos aliar boas práticas de prevenção do coronavírus à manutenção dos seguimentos médicos.
Pensando na interação desses dois fatores são propostas quatro ondas de impacto na saúde global das pessoas que discutiremos a seguir.
A primeira onda de impacto à saúde está diretamente ligada à infecção pelo coronavírus. Assim, necessitamos reforçar a importância das medidas de distanciamento social, uso da máscara e medidas de higiene sendo as únicas medidas possíveis para prevenção. Medicações como Cloroquina, Ivermectina, Azitromicina, Zinco, Vitamina D e várias outras em teste, infelizmente, ainda não tiveram comprovação científica de seu benefício e ainda com possíveis efeitos colaterais.
Nos pacientes infectados, a manutenção dos cuidados no domicílio tem papel importante já que a maioria, mesmo idosos, tem sintomas leves. Nesse momento a consulta com um médico Geriatra pode auxiliar o paciente e à família a entender a doença, monitorizar possíveis sinais de piora e realizar o isolamento domiciliar de forma eficaz, visando evitar a contaminação dos outros familiares. Graças à regulamentação e disseminação da telemedicina o atendimento pode ser realizado por vídeo-chamada trazendo maior rapidez, praticidade e segurança no atendimento médico.
Caso seja necessária internação hospitalar por complicações da COVID-19, como a Síndrome Respiratória Aguda Grave – SRAG, o seguimento com médico Geriatra também tem importância relevante e alguns serviços Hospitalares dispõem dessa vantagem. Atualmente, maior parte das medidas durante a internação é de suporte e controle de sintomas como uso de oxigênio, medidas para controle da tosse ou falta de ar, controle de diarreia, mialgia (dores pelo corpo) e adequação da dieta para melhor aceitação frente a um quadro de hiporexia (baixa aceitação da dieta), anosmia (perda do olfato) e ageusia (falta do paladar). Como medida que atua na evolução da doença temos apenas comprovação científica o uso de corticosteroides (Dexametasona) nos pacientes com necessidade de oxigênio e alguns antivirais, como o Remdesivir, muitos deles não disponíveis no Brasil. Além da atenção à doença viral, as comorbidades não podem ser negligenciadas nesse momento. Dessa forma, procurar um Geriatra visa, além de adequar às medicações de uso contínuo, trazer uma abordagem multidimensional do cuidado, levando em consideração todos os aspectos sociais, psicológicos e espirituais que estão envolvidos nas questões relacionadas à internação em um momento de pandemia.
Mesmo sendo a minoria dos casos, alguns pacientes apresentam evolução grave da doença com necessidade de monitorização em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), uso de medidas invasivas como intubação, traqueostomia e diálise, necessitando de internações prolongadas. Essas práticas podem levar à perda de funcionalidade e dependências sendo necessário programar a reabilitação, com grande benefício da atuação do geriatra associado à equipe multidisciplinar especializada em gerontologia.
Algumas condições clínicas com necessidade de investigação e tratamentos urgentes podem sofrer grande impacto durante a pandemia como as neoplasias, infartos, algumas infecções, entre outras. Normalmente em um cenário prévio, a disponibilidade maior de consultas, exames ambulatoriais e até mesmo leitos de internação poderiam facilitar a investigação e definição terapêutica rápida de algumas morbidades, evitando desfechos ruins com impacto nas funcionalidades e até em óbito.
Em algumas condições podemos lançar mão do atendimento Geriátrico para analisar os riscos e benefícios em prosseguir ou atrasar as investigações e tratamentos de cada uma das morbidades.
Por outro lado, alguns sintomas não podem esperar esse tipo de definição e necessitam de procura imediata do pronto atendimento, são eles: dor no peito de forte intensidade, alteração de nível de consciência como desmaio, falta de ar, crise convulsiva, dor de cabeça de forte intensidade, pressão muito baixa ou muito alta, queimadura extensa, sangramentos importantes, dor abdominal intensa, suspeita de fratura, entre outros. Após a primeira avaliação e estabilização do idoso feita no pronto atendimento pode ser realizado atendimento geriátrico para pesar riscos e benefícios em manter a internação ou seguir investigação/tratamento ambulatorial.
Infelizmente a negligência no cuidado com as doenças crônicas não é privilégio desse momento de pandemia. Muitas doenças como as Síndromes demenciais (doença de Alzheimer, por exemplo) que, infelizmente, não têm tratamentos modificadores de sua evolução, são vistas como doenças em que “não há mais o que se fazer” e dessa forma não necessitariam de consultas regulares. Mas sem dúvida tanto esse tipo de doença quanto todas as outras doenças crônicas como a Diabetes, Hipertensão, Dislipidemias, Enfisema pulmonar, Insuficiência cardíaca acabam tendo um impacto ainda maior durante a pandemia. Muitas vezes a preocupação em evitar uma visita ao consultório por prevenção da COVID-19 pode levar à piora do controle dessas doenças, piora de qualidade de vida, maior risco de internações e até maior risco de óbito.
Nesse momento não podemos interromper o seguimento regular com o médico especialista, tanto Geriatra como outros especialistas. Por outro lado, em alguns casos podemos lançar mão de teleconsultas capazes de aproximar os profissionais do paciente sem perder a atenção na prevenção sobre a transmissão do coronavírus. Em alguns casos o médico indicará necessidade de atendimento presencial e junto com a família deve avaliar os riscos e benefícios desse tipo de atendimento. Dessa forma, durante a pandemia, não deixe de procurar um Geriatra, seja por consultas presenciais ou teleconsultas. Além de manter o bom controle das doenças crônicas ele poderá atuar de maneira satisfatória reduzindo os impactos da quarta onda que será discutida a seguir.
Essa é talvez a onda que menos conhecemos os impactos devido à ausência de experiência prévia de uma Pandemia semelhante e a estarmos ainda no início desta fase mesmo em países que já estão se recuperando das três primeiras ondas. Acreditamos que essa onda tem potencial para trazer impacto ainda maior à saúde da população e por tempo ainda indeterminado.
Como já iniciamos a discussão acima, a manutenção de atendimentos domiciliares com seu médico Geriatra pode atuar diretamente nas três ondas iniciais, bem como atuar preventivamente na quarta onda. As orientações quanto às adaptações das rotinas dos idosos, organização familiar para manutenção de rede de cuidados, orientações quanto à prevenção da COVID-19, controle das doenças crônicas e detecção precoce de possíveis doenças mentais podem reduzir o impacto da quarta onda nessa população e também em seus cuidadores e familiares próximos.
É fato que estamos passando por uma fase de readequação das atividades e rotinas diárias e não será diferente com os cuidados em saúde. Talvez o melhor caminho seja procurar o profissional de saúde de sua confiança e dividir com ele as decisões nesse momento para aliar a manutenção de saúde preventiva, o controle de morbidades e a manutenção de saúde mental às medidas preventivas ao coronavírus.
“Para todo problema complexo existe uma solução simples, elegante e completamente errada.” (Henri Mencken)
Se você entendeu todos os pontos deste artigo e quer saber mais detalhes sobre quando procurar um geriatra, entre em contato com um especialista para esclarecer tudo.
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